Imagem-vestígio: do relance à resistência

Autores

  • Siomara Faria Universidade Federal de Minas Gerais

Palavras-chave:

Cinema, Arquivo, Montagem, Vestígio

Resumo

O artigo discute a presença das imagens de arquivo no cinema de Harun Farocki, realizador alemão cujo trabalho problematiza, em linhas gerais, as formas de exercício do poder, sejam aquelas que emergem dos conflitos geopolíticos, sejam aquelas que se disseminam por meio das mais diversas práticas sociais (formas de controle e vigilância, tecnologias de produção e circulação de imagens, estratégias do consumo, da informação e da publicidade). A partir do filme Imagens do mundo e inscrições da guerra (Harun Farocki, 1988), buscamos refletir sobre a relação entre as imagens de arquivo e os processos históricos acionados por esses registros, observando como Farocki monta as imagens em filmes que evocam o passado em sua própria materialidade, isto é, em seus vestígios.

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Biografia do Autor

Siomara Faria, Universidade Federal de Minas Gerais

Mestranda em Comunicação Social pela Univerdade Federal de Minas Gerais. Possui especialização em Imagens e Culturas Midiáticas e graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em produção cultural e editorial.

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Publicado

2013-08-11

Como Citar

FARIA, S. Imagem-vestígio: do relance à resistência. Revista GEMInIS, [S. l.], v. 4, n. 1, p. 219–243, 2013. Disponível em: https://www.revistageminis.ufscar.br/index.php/geminis/article/view/137. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Abordagens Multiplataformas