O QUE OS OLHOS NÃO VEEM:

CONSTRUÇÃO DE MEMÓRIAS AUTOBIOGRÁFICAS NO FACEBOOK

Autores

  • Deborah Rodríguez Santos Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.53450/2179-1465.RG.2021v12i2p327-344

Palavras-chave:

memória autobiográfica, Facebook, rupturas performáticas

Resumo

O artigo busca refletir, a partir de uma abordagem teórico-empírica, sobre as formas através das quais a memória autobiográfica se torna customizável no site de rede social Facebook, considerando dois tipos de agentes: os dispositivos que permitem a circulação e reciclagem dos relatos de si, por um lado, e a edição que cada usuário narrador imprime, a posteriori, ao seu acervo autobiográfico na plataforma. Com base nisto, é acionada a ideia de rupturas performáticas proposta por Polivanov e Carreira (2019) de modo a problematizar a complexa relação entre a tríade narrativas de si, tempo e memória autobiográfica no Facebook.

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Biografia do Autor

Deborah Rodríguez Santos, Universidade Federal Fluminense

Doutora em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense. Mestre em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense. Possui graduação em Comunicação Social - Universidad de La Habana (2013). Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Teoria da Comunicação, Estéticas e Tecnologias da Comunicação e Estudos Migratórios.

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Publicado

2021-11-04

Como Citar

RODRÍGUEZ SANTOS, D. O QUE OS OLHOS NÃO VEEM:: CONSTRUÇÃO DE MEMÓRIAS AUTOBIOGRÁFICAS NO FACEBOOK. Revista GEMInIS, [S. l.], v. 12, n. 2, p. 327–344, 2021. DOI: 10.53450/2179-1465.RG.2021v12i2p327-344. Disponível em: https://www.revistageminis.ufscar.br/index.php/geminis/article/view/491. Acesso em: 16 abr. 2024.

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